A polícia divulgou na tarde deste domingo o depoimento, realizado na quarta-feira, da estudante Naiara Vieira, 15 anos, vítima do seqüestro de Lindemberg Fernandes Alves, 22, em Santo André, depois de ser liberada do cativeiro pela primeira vez. Por exigência do criminoso, a adolescente retornou ao cativeiro na quinta-feira.
Depois do final do caso - que terminou na noite de sexta-feira, com ela ferida no rosto, a morte da ex-namorada de Lindemberg, Eloá Cristina da Silva, 15, e a prisão do criminoso -, Naiara não prestou novo depoimento à polícia, pois está internada no Centro Hospitalar de Santo André. A bala foi retirada do rosto jovem, que passa bem.
O documento aponta detalhes do que aconteceu com ela e Eloá durante o tempo em que ficaram reféns no apartamento, no Jardim Santo André.
De acordo com Naiara, ela, Eloá e outro amigo foram assistir a um filme para realizar um trabalho de geografia, da escola, na segunda-feira. O namorado de Naiara também estava no local. Dentro da residência, eles foram surpreendidos por Lindemberg, que estava armado e perguntou quem eram os rapazes, dando tapas nos garotos.
Muito irritado, Lindemberg não sabia o que fazer e deu vários chutes em Eloá, que tentava conversar com o criminoso. Depois, os dois garotos passaram mal e Nairara pediu para que fossem soltos. Lindemberg aceitou, mas advertiu que as duas meninas seriam feitas reféns.
Depois de libertar os jovens, Lindemberg afirmou que a polícia não estava acreditando nele, e resolveu atirar contra um policial. Após o disparo, ele começou a sorrir, e afirmava que "era o cara". O criminoso disse que a polícia estava com medo dele e que era o "príncipe do gueto".
Mensagem - O comportamento de Lindemberg se agravou quando ele leu uma mensagem no celular de Eloá, que tinha a assinatura de colega da jovem, chamado Felipe. Ele, então, ligou para esta pessoa se passando pelo irmão da ex-namorada. Eloá começou a gritar e o criminoso deu vários tapas nela.
Após 30 horas no cativeiro, Naiara foi solta pela primeira vez, na terça-feira. Segundo a jovem, ela não foi agredida no tempo em ficou no apartamento. A estudante revelou que Lindemberg fez cinco disparos: um contra o policial, outro contra as pessoas que se aglomeravam em volta do prédio, um contra o computador e dois dentro do banheiro.
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